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COMO É O MERCADO DE GAMES NO BRASIL?
O crescimento do mercado gamer é visto em eventos como a Brasil Game Show – BGS, onde as tecnologias e produções tanto brasileiras quanto estrangeiras são apresentados anualmente para os consumidores de jogos. E para o jornalista Raphael Martins, são as tecnologias que estão ligadas a esse processo de expansão do mercado dos jogos. Segundo Raphael, a partir dos anos 90, quando os consoles de vídeo game começaram a ficar cada vez mais poderosos e com saltos de tecnologia cada vez mais evidentes, a mídia mainstream não conseguiu mais ignorar o mercado de games como entretenimento sério. “Isso foi sendo construído aos poucos, a medida que os aparelhos foram ficando mais poderosos, com a capacidade de contar histórias mais complexas e com gráficos mais realistas”, conta.
Raphael, que durante a vida acompanhou a trajetória de diferentes consoles e jogos, é jornalista e atualmente trabalha em um site sobre cultura nerd e geek. Para ele, houve uma forte adaptação da indústria dos games. Com o envolvimento de astros de Hollywood, que se envolveram com os jogos e grandes nomes dos jogos eletrônicos, estes são reconhecidos e badalados como se fossem astros da tela grande. Segundo o jornalista, “essa convergência é algo que se torna cada vez mais forte e até mesmo quem não gosta de jogos de vídeo game se vê disposto a encarar o desafio de viver uma experiência nova, com jogos que mais parecem um filme interativo. Em suma, não dá mais para ignorar os games.
“Em suma, não dá mais para ignorar os games.”
Com o crescimento do mercado, eventos são realizados no Brasil para divulgar a produção nacional de games. Eventos como a BGS (Brasil Game Show) e outros são realizados anualmente. “Eventos como a BGS, que dão vez e voz aos produtores "indies", acabam fortalecendo o mercado nacional de desenvolvimento de games e nos colocando no mapa. O mercado nacional de games é o quarto maior do mundo, e aos poucos o país está se tornando um polo de exportação de profissionais dessa área para fora do Brasil”, conta Raphael, que completa explicando o fato de o cenário de desenvolvimento de jogos se tornar cada vez mais forte e popular graças a pequenos estúdios independentes, “jogos que, embora bem mais simples, cativam pela sua criatividade, jogabilidade, encanto e um frescor de coisa nova cada vez mais raro de se encontrar na indústria”.
Raphael conta ainda que, os games são uma forma diferente de entretenimento, pois dá aos jogadores a oportunidade de participar e até moldar suas próprias histórias. Para ele, quem joga também vai ao cinema ou é fã de uma série de livros: “O público geek, que nunca perde um lançamento cinematográfico da Marvel ou relê à exaustão livros como Harry Potter e a Pedra Filosofal ou O Senhor dos Anéis são bons exemplos disso.”
A acessibilidade do mercado de jogos era um desafio. A relação entre aparelhos e mídia sempre foi um tanto desbalanceada - o que resultava na pirataria, entretanto para Raphael, atualmente o cenário está favorável para essa relação: “a pirataria está controlada e tanto jogadores como empresas aproveitam uma relação simbiótica de benefício mútuo e onde o fácil acesso a ferramentas de informática e programação tornam possível um mercado de desenvolvimento de jogos 100% brasileiro”, conta, e finaliza dizendo que o Brasil sempre foi um lugar onde as dificuldades não impedem que algo seja realizado. “O mercado nacional de games só tem a crescer, e caso o governo decida, por um milagre, facilitar isso um pouquinho, ele explodirá como nunca.”